quarta-feira, 22 de abril de 2009

VIDA – Uma Pequena Grande Palavra


Existem momentos em que sentimos um peso sobre as nossas costas. Uma sensação de falta de forças para lutar contra situações difíceis, complicadas. Dias em que olhamos tudo pelo lado negativo.
É absolutamente normal. Isso faz parte da nossa condição humana.
Mas a cada dia eu venho me convencendo de que tudo é uma questão de ângulo. É! Exatamente: ângulo.
Da mesma forma que as pessoas tem problemas, elas tem inúmeros motivos para sorrirem várias vezes ao dia. Mas eu me refiro àquele sorriso gostoso, que vem de dentro. Como diz meu namorado - aquele sorriso que faz doer a bochecha.
A vida é a dádiva mais preciosa que temos. E é incrível como em boa parte do tempo não reparamos nisso.
Dizemos que se ganharmos na Mega Sena seremos os seres mais felizes da face da Terra, compraremos ilhas, mansões, carros importados, namorado, namorada, marido, esposa, enfim. Quantos de nós suspiramos: Ah! Vida boa tem a Madonna, o Bill Gates, a Oprah Winfrey!
E sabe, no fundo, o que tudo isso significa? Uma tremenda ilusão. É mais fácil fugir dos problemas, maquiá-lo, do que ter que encarar o que nos atormenta. Isso é o medo de lutar. E o pior; isso é a tradução do que o ser humano não enxerga. Isto é, focamos na matéria, no dinheiro e simplesmente deixamos de ver a magnitude da VIDA.
Nascemos de olhos bem abertos. Tudo é lindo. Esses dias eu passeava de carro com meu afilhado de dois anos e ele conseguiu me dar uma grande lição. Tudo o que ele via era motivo de festa. O senhor na bicicleta, o carinha fazendo windsurf, o cãozinho atravessando a rua. Absolutamente tudo! E eu percebi que fui tomada por uma cegueira. E mais: eu me dei conta de que todos nós somos tomados por essa cegueira a partir de certa época das nossas vidas. Conforme vamos crescendo, começamos a parar de observar as pequenas coisas maravilhosas que nos cercam.
Quando eu era criança, quase todos os dias no trajeto para a escola, colhia alguma florzinha para presentear a professora. E as florzinhas eram daquelas que nascem no cantinho da parede ou no meio do paralelepípedo. Ou seja, eu notava a delicadeza de uma minúscula flor, mesmo que ela estivesse em um lugar feio, escuro.
Acontece que eu fui crescendo e aos poucos fui parando de enxergar as pequenas flores que estão no caminho da minha vida.
E ela, a vida, está sempre sorrindo para nós, mesmo quando os problemas parecem sufocá-la, da mesma forma que a minúscula flor entre o paralelepípedo.
Vivemos com os olhos fechados, para apenas depois de inúmeros anos percebermos tudo o que perdemos de contemplar, todo o sorriso que deixamos de distribuir, todas as horas de alegria sublime que permitimos se esvaírem. E nesse momento que nossa visão começa a voltar, ela vem misturada com uma nostalgia absurda, por tudo o que “poderia ter sido”.
Então, eu faço um pedido: abram a janela nesse instante. Seja noite, manhã, tarde, madrugada, inverno ou verão. Enxerguem a rua. O céu, o sol, as nuvens, as estrelas, a lua, as árvores, os vira-latas, a grama verdinha, o barulho da rua ou o silêncio da madrugada, por fim, observe as pessoas. O próprio som que ouvimos na rua (o barulho da buzina dos automóveis, o choro do bebê, o cão latindo, as pessoas conversando) ou mesmo o silêncio da madrugada, isso sem falar nas PESSOAS, são a maior prova da vida! A vida está acontecendo nesse instante! E quando nos damos conta disso só temos que agradecer a Deus pela obra-prima por Ele criada! Nesse momento de contemplação, até o grito de comemoração do outro time no estádio de futebol pode ser motivo de alegria. Alegria porque é a vida acontecendo! Preste a atenção nessas palavras!
Quando estamos tristes, desencorajados, é só olharmos a criação do Grande Pai para imediatamente sorrirmos.
Não existe uma única pessoa que não goste de observar a natureza. Seja a praia, o campo, o pôr-do-sol, a neve, as flores, a chuva, o cheirinho de terra molhada, o céu, o mar, o sol ou a lua. É uma infinidade de opções, de motivos para sorrirmos hoje, para sorrirmos amanhã e tornarmos nossa vida um verdadeiro conto de felicidade. Não esperemos a vida simplesmente passar por nós. Vamos hoje mesmo abrir os nossos olhos.
E repito o que sempre digo: nossa vida tem o gênero que escolhemos - drama, comédia, romance, suspense, ação, aventura, enfim, somos nós os autores, diretores, atores e futuramente espectadores de nossa própria história. Os únicos responsáveis pela reação que esboçaremos ao final somos nós mesmos.
E então, já abriu os olhos hoje?