sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009


ENQUANTO ISSO NA SAPUCAÍ.....
a primeira-dama, dona Marisa, se esbalda sambando e pulando!
Como diria o saudoso Renato Russo: "Que país é este?"


VAI UM CHANTILLY AÍ?




Um dia desses, durante uma conversa, minha mãe me pergunta:
- E o Toquinho? Não ouvimos a mídia falar nele.
Imediatamente respondi:
- Ué... As mulheres-fruta tomaram conta, não tem mais espaço pra música, não!
(leia-se música e, não, gritaria de baixo nível)

Pois é... Eis aí nossa realidade.
Hoje em dia, quando ligamos a televisão recebemos um bombardeio de ignorância, falta de classe, de cultura, de qualidade, burrice pura mesmo.
É sim! Burrice! Digo mesmo!
Um belo dia, passando por vários canais resolvi parar em um que me chamou a atenção. Parecia um bolo, mas se mexia, então olhei com mais atenção. Coloquei os óculos para ter absoluta certeza do que eu via. Uma “mulher”, que mais parecia um bicho, um animal ou sei lá o que, dentro de uma banheira inundada de chantilly, agarrando enlouquecidamente um homem que tentava buscar alguma coisa – era uma espécie de jogo. Quando eu já estava tendo colapsos e como se não fosse o bastante, (pasmem) umas pessoas que estavam ao redor da referida banheira, começaram a derramar coberturas de sorvete sobre aqueles seres animalescos cobertos de chantilly.
Vendo aquilo, eu não sabia se chorava, gritava ou dava gargalhadas, tamanho era o absurdo. Surreal!
Estamos em pleno século XXI e o lindo povo brasileiro consegue regredir!
Na época de minha avó não existia internet, televisão, DVD, CD, MP 8 nem MP 1000 e todos liam, cantavam lindas músicas, eram cultos, tinham bons modos, boa educação, os homens tratavam as moças como princesas e as mulheres se portavam como verdadeiras damas.
O que vem acontecendo não é um acúmulo de novos conhecimentos e, sim, uma troca.
Troca-se a boa música, a literatura, a arte, pela tecnologia, que fez o favor de permitir que a pornografia e a baixaria entrem, muitas vezes sem serem convidadas, na casa das crianças, dos jovens e de muitos adultos babacas.
Não sou contra a tecnologia, de forma alguma. Sou contra a banalização do ser humano.
Sou contra a educação falha de muitos pais.
Sou contra o cérebro bloqueado de muitas pessoas que dão ibope a essas aberrações.
A internet está aí. Podemos pesquisar sobre construções antigas, sobre bossa nova, música clássica, sobre ópera, obras de arte, história, mas esse povo, que eu não consigo compreender, prefere perder horas na tela do computador ou da televisão, olhando criaturas que usam seus corpos como mercadorias, e mais, lançam CDs e dão muita audiência em programas que deveriam ser chamados de “traficantes de ignorância”.
Com isso, temos “Miuchas”, “Joões Gilbertos”, “Agnaldos Rayols”, “Ângelas Marias”, “Vinícius de Moraes”, “Tons Jobins”, “Chicos Buarques” e por aí vai, anônimos para a atual geração.
Lamentável!
Espero que um dia essas pessoas sintam necessidade da boa música, da qualidade, da classe, da boa educação. E que não seja tarde, porque do jeito que as coisas vão, as crianças de hoje, que em breve serão adultos, cantarão para ninar seus filhos algo como “dance potranquinha da mamãe, que nasceu do créu, créu, créu”!!!
Lamentável!
Lamentável!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

UM PAÍS




Aquele país que aprendi quando era menina, o da Ordem e do Progresso.
O do hino nacional emocionante.
Do presidente que sofreu impeachment.
Da música do Lula lá.
Do senhor do lenço vermelho.
Do patriotismo que tem data para surgir (apenas de quatro em quatro anos).
O país do senhor simpático que caiu do helicóptero quando eu tinha meus 6 ou 7 anos e me fez perder noites de sono rezando para que ele aparecesse vivo.
Foi também o país que me fez chegar ao colégio em 1992 e ouvir minha coleguinha dizendo que o presidente foi a casa dela e levou todo o dinheiro que eles tinham nas gavetas.
Cresci esperando que tudo fosse melhorar. Entretanto, de nada adiantou.
Agora, já não mais criança, me deparo com meu país nas mãos do moço da música do Lula lá, aquele que “inocentemente” desconhece fatos.
Aqui certos senhores tem a estranha mania de carregar dinheiro nas cuecas.
País das CPIs. Do dinheiro desviado.
Do político que é assassinado misteriosamente para que ninguém descubra o que não deve.
Do milionário e do mendigo.
Aquele do povo que pensa que falar inglês é sinônimo de superioridade.
No meu país, os cidadãos elegem para fazer nossas leis, uma criatura que confessa não saber legislar.
Em minha pátria, o povo grita porque a justiça não funciona. Mas eles não conseguem entender que “se a justiça não funciona” é porque as leis são falhas. Quem cria as leis, são os legisladores, que são eleitos pelos cidadãos brasileiros. A conclusão, portanto, é óbvia. Parem todos de reclamar sentados em suas confortáveis poltronas e aprendam, de uma vez por todas, a votar.
Conheci um país hipócrita, que abarrota os presídios com os pobres e deixa os magnatas assassinos soltos!
O país que coloca novamente no poder, agora como senador, o moço que “foi a casa da minha coleguinha pegar o dinheiro dos pais dela” em 1992.
É o país da vulgaridade. Que aplaude de pé mulheres-fruta e que acha um “saco” espetáculos de ballet.
País de apresentadores de programas de televisão desprovidos de informação que falam com propriedade de justiça e fazem o povo acreditar que dizem algo bonito, pelo simples fato de berrarem, gritarem, se exaltarem, quando na realidade estão proferindo verdadeiros absurdos.
Em minha pátria crianças rastejam por um pedaço de pão.
Mocinhos bonitinhos usam drogas na pracinha bem ao lado do bebê que brinca no balanço.
É o país do povo que se revolta quando escuta o noticiário, mas que ao terminar o jornal, vai assistir à novela e esquece a indignação.
Meu país se orgulha quando estrangeiros viajam para cá a fim de conhecer a terra das mulheres fáceis, da Amazônia (que não é nossa) e do Carnaval!
Ah! Pois é... País do Carnaval! Contraditório. O mesmo país que tem gente morrendo de inanição, esbanja em carros alegóricos e fantasias monstruosas que tapam ombros e panturrilhas (apenas).
Esse é o meu país.
Entretanto, existe o outro lado dessa minha terra. E é por esse ângulo que prefiro vê-la.
É o país da alegria.
Do calor humano.
Do povo corajoso, que luta a vida inteira para sobreviver.
Gente humilde que acredita piamente que as coisas vão melhorar. Que a próxima eleição elegerá um político honesto.
Meu povo acorda cedinho para trabalhar e não reclama, ao contrário, sorri. No meu país os moços encontram alegria em tudo, até no trajeto para o emprego, quando em suas bicicletas se equilibram ao virar para trás quando passa uma “rapariga”.
Dão a vida pelo futebol, acompanham todos os capítulos da novela das 21h, com isto sonham com uma realidade distante da que vivem. As moças veem-se heroínas e assim flutuam em imaginações românticas. Enquanto que os rapazes, no jogo de futebol com os amigos, por um momento creem serem os melhores do mundo. É com esta fantasia que conseguem levar a vida, mesmo cheios de problemas, mesmo sabendo que no outro dia tudo recomeça.
Orgulho-me dessa gente honesta que embora toda a maré de canalhice existente não se deixa influenciar.
Meu povo, minha gente!
Esses que não usam a falta de dinheiro como justificativa para se corromper.
Que estudam num país onde a educação é precária. Freqüentam escolas públicas e conseguem chegar à faculdade, mesmo abalados, muitas vezes, física e psicologicamente, mas sem, jamais, desistir.
Admiro meus compatriotas, que independentemente da classe social a que pertençam se mantêm fiéis aos seus valores em qualquer circunstância.
Me orgulho desse meu povo e não do outro!
Que nós não fiquemos inertes à podridão que nos ronda.
Que as pessoas entendam de uma vez por todas que político não é uma raça. Os políticos são o povo, nascem como todos nós, na forma de ser humano (embora muitos, depois de grandinhos, não mais façam jus ao termo “ser humano”). As pessoas têm uma tendência a imaginar que político nasce político, como o pit bull nasce pit bull, ou o poodle nasce poodle. Não! Eles vêm do mesmo lugar que todos nós. Isso significa que se muitos deles são corruptos é porque uma grande parcela do povo também é. E isso precisa terminar.
As pessoas precisam parar de querer despejar a culpa em algo, é a famosa transferência de responsabilidade. Se eles não prestam, azar!! Eu presto, meu irmão presta! Que se unam todos os que têm caráter! Coloquemos no poder apenas quem, de fato, merece. E chega de aceitarmos, inertes, a toda essa falta de vergonha!
Que essa minoria maravilhosa, que eu sei que existe, se una rumo ao clichê mais conhecido do nosso país: “Rumo a um país melhor”!


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hipocrisia




É inacreditável que em meio a tantos problemas sociais, existem pessoas que parecem viver em um mundo à parte. Travam discussões acirradas sobre o próximo capítulo da novela, o eliminado no reality show, o tom da tintura do cabelo, a “lipo”, o bronzeamento artificial, o time que perdeu de goleada e assim por diante. Quanta capacidade de argumentação desperdiçada com tanta inutilidade!

Hipócritas!!! Somos todos nós!!Racismo? Preconceito? No Brasil? Imagina! Não existe! HIPÓCRITAS!!!!!

A que ponto chegamos? Onde o mundo vai parar? Quando as garotinhas vão sair de seus quartos cor-de-rosa e os garotinhos de seus carros tunados para olharem à volta? Não é necessário sair de casa, é só olhar pela janela para constatar o caos em que estamos vivendo. Pessoas morrendo de fome, seres HUMANOS agonizando na porta dos hospitais sem um atendimento digno, o menininho estudioso que tenta ser um alguém respeitado sendo apontado como um criminoso por ser negro e pobre enquanto os monstros magnatas estão soltos!Lindos discursos são proferidos nas doces vozes de indivíduos egoístas e ambiciosos que querem apenas... poder!

Ser um bom Ser Humano é sinônimo de uma ingenuidade inaceitável aos padrões exigidos por esta sociedade hipócrita! Faça um ato de benevolência e apenas olhe à volta... Mas com atenção! Não incorpore os seres humanos que mendigam um pedaço de pão à imagem normal do local. Note que o mundo clama por socorro e que só quem poderá atendê-lo somos nós mesmos.

É evidente que merecemos um momento de lazer, uma conversa superficial com os amigos, uma partida de futebol com os colegas ou um dia no salão de beleza, desde que estas situações não se tornem uma rotina capaz de nos deixar cegos.