quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Caminho



Hoje, ao sair de casa, decidi apreciar o dia. Resolvi incorporar o som das buzinas, o murmurar das pessoas e a imagem das ruas, das casas e calçadas, no trajeto que eu fazia a pé até o centro da cidade. Fiz isso para me distrair e fazer o tempo passar mais rápido. Mas ao cortar caminho pela Praça Coronel Pedro Osório, o que era apenas um passatempo, transformou-se em um dos maiores ensinamentos que já tive.

Ao me encaminhar para uma das entradas, cercada por aquelas lindas árvores, ultrapassei - no meu ritmo acelerado - um casal de namorados de mãos dadas. Ele de boina, ela com grandes óculos escuros, ambos no seu estilo moderninho de ser, moviam-se rapidamente, como que ansiosos para chegarem a algum lugar.

Avistei grupos de adolescentes, com seus “All Stars” e óculos “Wayfarer” super coloridos. Todos agitados, num ritmo aceleradíssimo. Conversando, gargalhando, uns ouvindo música, outros falando ao celular. Com tantos afazeres, não deve ter sobrado tempo para ouvir os pássaros que cantavam bem ali. Mas era uma visão bonita. Jovens, multicoloridos e tecnológicos, cheios de vida, cheios de sonhos, agitados e com pressa para dar tempo de aproveitar ao máximo cada minuto, mesmo que para isso imaginassem que fosse necessário fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo.

Por outro lado, vi tranquilos senhores sentados nos bancos. Senhores estes que, pela experiência que a vida impõe, decidiram diminuir a marcha da vida para apreciar o caminho. Uns talvez estivessem observando o movimento das folhas das árvores, outros, quem sabe, ouvindo o marulho da água jorrando da fonte, ou simplesmente curtindo respirar aquele ar. Pareciam estar tão em paz...

A seguir, quando eu já passava do meio da praça, um menininho de uns dez anos de idade passou vagarosamente por mim, saboreando um sorvete. Sua atenção era unicamente voltada para isso. Seus olhinhos brilhavam e ele parecia se importar apenas em aproveitar cada segundo daquele momento, sem pressa, sem medo de estar desperdiçando o tempo. Era o ápice de sua felicidade e ele não a deixou escapar.

E nesse instante, uma emoção ainda mais forte pairou sobre mim. Aquelas cenas eram tão “mundo”. Tão "vida acontecendo".
Sábios senhores nos bancos. Sábio menino com o sorvete. Sábias épocas da vida, a infância e a velhice.


Não sei ao certo o motivo, mas toda a vez que adentro a Coronel Pedro Osório, repenso a vida, o tempo, o sentido das coisas. É uma atmosfera tão familiar, tão pelotense. Aquelas árvores, aquela água jorrando da linda Fonte das Nereidas, aquele tom sépia... É um cenário tão poético.

Entretanto hoje foi diferente, algo naquele lugar mexeu ainda mais comigo. Aquelas pessoas, todas tão humanas, tão frágeis. Umas com seu jeito talvez errante de correr para viver, outras arrependidas, quem sabe, de tanto terem corrido buscando aproveitar o valioso tempo que supunham economizar, quando na realidade apenas viviam, como todos, no final das contas.

Minha vontade era de sentar naqueles bancos, como aqueles senhores, e olhar incansavelmente a vida acontecer. Porém, em vez disso, eu também corri, acreditando que assim eu aproveitaria melhor os minutos daquela tarde. Corri como tantos outros jovens que, acelerados, atravessavam aquela praça.

O detalhe é que o tempo passa do mesmo jeito. Mesmo que corramos, na inocência de acreditar que ele, assim, passará mais devagar. Ironicamente - com o passar do tempo que tanto queremos segurar - aprenderemos que quem tem que desacelerar somos nós, já que ele não alterará seu ritmo. Estará sempre presente, apenas observando o nosso viver. Continuará da mesma forma quando nem mais estivermos aqui. Mas só entenderemos isso depois de muito termos corrido.

Um dia, naturalmente aceitaremos que não somos super-heróis capazes de mudar nem o tempo, nem o Universo e muito menos a ordem natural da vida. Perceberemos que somos apenas humanos e que a felicidade está em simplesmente viver. E aí então, sentaremos no banco daquela praça e nos surpreenderemos com a beleza daquelas árvores e com a gostosa melodia dos passarinhos. Observaremos os jovens, os ingênuos e acelerados jovens, na correria do seu dia a dia, e perceberemos que eles também são indispensáveis para compor a beleza do lugar. Finalmente entenderemos que apesar de lamentarmos não termos vivido deliciosa e vagarosamente a vida toda, era fundamental que não fosse assim, porque é justamente cada etapa que torna o todo possível.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dica de filme:

Óbvioooo que eu tinha que dar essa dica de filme!!

E o Vento Levou (Gone With The Wind) - está no topo do topo da lista dos meus filmes preferidos desde que eu era criança.
É lógico que naquela época eu não costumava aguentar as 4h de duração do longa... Mas lembro de certas vezes em que, mesmo pequetita, assisti firme e forte até o final.
Bom... cresci e ele continuou sendo para mim o super, incomparável, único E o Vento Levou! Com a mesma entonação empolgada com a qual eu pronunciava o nome na época. Com a mesma emoção que eu sentia ao ver Scarlett com aqueles vestidos esplendorosos, que ela usava na parte inicial do filme.

Sempre achei que todo o universo alguma vez na vida já tinha asssistido, mas ultimamente descobri muitas pessoas que nem ouviram falar no filme (Como assim? Bem vindo ao Planeta Terra!), por isso resolvi fazer essa indicação.
É imperdível!!

A inesquecível Scarlett O'Hara - interpretada pela belíssima Vivien Leigh - nos faz rir e chorar. Nos faz sentir pena e raiva. É indefesa e é corajosa. É mocinha e é vilã. Enfim... Na minha leiga e humilde opinião - a melhor protagonista entre todas que já vi no cinema.
Sobre Rhett Butler, só me resta dizer que foi interpretado pelo então gatão (até rimou!) Clark Gable (vamos esquecer a parte do mau hálito, ok?). O cara era "divo" - essa palavra não existe, mas é a que melhor expressa o que Clarkinho era hehehe

Eu poderia ficar aqui escrevendo e escrevendo e escrevendo um milhão de razões para assistir Gone With The Wind... Mas acho que já deu pra sentir que vale a pena, né?
Para aqueles que só gostam de filme que ganha Oscar... Este ganhou 10!

Peguem suas pipocas e seus refrigerantes e... "Tenham um bom espetáculo!" heheheh

sábado, 9 de outubro de 2010

"(...) Imagine all the people/ Living life in peace (...)"


Hoje, resolvi postar uma música de John Lennon. Afinal, se estivesse vivo, hoje estaria completando 70 anos de idade.
Apesar de eu não conseguir ser uma simpatizante da pessoa John Lennon - e atribuo isso ao fato de ele ter cometido o erro de ter casado com aquela chata da Yoko (destruidora de Beatles) - sou uma admiradora do compositor, do músico, que esse Cara (sim, com letra maiúscula) foi!

A seguir, a letra de Imagine. Lindíssima!!!!!!


Imagine


Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will live as one