quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O garotinho de Neverland


Quem me conhece sabe que eu sou alucinada pelo Michael Jackson ou como eu o chamo, carinhosamente: MJ.
Desde pirralhinha ficava babando na frente da TV toda vez que ele aparecia com aquele jeito peculiar de dançar. E depois eu me “apresentava” para a minha família imitando-o.
Ainda criança, assisti a um filme sobre a vida dele e foi aí que fiquei chocada ao ver tudo o que o Rei do Pop passou na infância com aquele pai desequilibrado (e olha que o filme nem entrou a fundo em tudo o que ele vivenciou quando menino).
Minha admiração por ele e por sua história só aumentou.
Quando começaram aquelas acusações absurdas feitas por uma mídia irresponsável e gananciosa, fiquei arrasada e nunca consegui, de fato, acreditar que o meu MJ poderia ser capaz de tamanha monstruosidade.
Acompanhei, em 2003, o documentário Living with Michael Jackson, onde ele inocentemente falou abertamente sobre sua vida e sobre as acusações de pedofilia, onde também chorou e mostrou ter se tornado um homem absurdamente traumatizado por tudo o que passou quando era criança. Lembro como se fosse hoje. Ele parecia um menininho respondendo à “Inquisição”.
Recordo de todos os fatos mais importantes da vida desse astro.
Para mim, com certeza, ele foi uma eterna criança. Problemático, sim, mas não um vilão. Tudo o que se sucedeu na vida desse menino-homem, foi consequência de uma infância não vivida, de maus tratos, de falta de amor. Cresceu cercado por pessoas interesseiras, que bajulavam o super astro e, não, o ser humano Michael. E mais, cercado, inclusive, por uma família estranha e preocupada unicamente com os cifrões que ele representava. Cresceu sem saber distinguir os bons dos maus, os verdadeiros dos falsos e com isso caiu, muitas vezes em armadilhas feitas por pessoas ambiciosas, que não percebiam e nem queriam perceber que todo aquele poderoso cantor era apenas um menino tímido e indefeso.
Evidentemente que, como um ser humano, ele teve seus defeitos e erros. Era excêntrico e até assustador, algumas vezes. Mas para compreender Michael Jackson era preciso ir além daquela imagem (literalmente) esculpida, era preciso enxergar sua alma.
Quando eu soube de sua morte estava no vestiário do ballet e simplesmente não consegui acreditar.
Não sou o tipo de pessoa que tem ídolos e que faria de tudo para ver, tocar ou conseguir um autógrafo de algum famoso. Pelo contrário. Discordo em absoluto desse culto a quem possui fama. São seres humanos normais, que merecem ser reconhecidos e admirados, porém, por seus trabalhos apenas. Mas o garotinho de Neverland me sensibiliza. Chega a ser engraçado, ainda mais por ter sido ele uma pessoa tão diferente. Mas o fato é que até hoje sinto um aperto no meu peito quando penso nele. Provavelmente por saber que foi um injustiçado e incompreendido, como pessoa, ainda que todos reconheçam seu talento como profissional. Fico triste ao lembrar que não tinha um único familiar em sua mansão, quando ele veio a falecer. Mas penso que onde quer que ele esteja, está, finalmente, podendo ver quem o amava de verdade.
Agora, com a estreia de This Is It nos cinemas, houve uma manifestação por parte de alguns fãs que discordam totalmente do que é mostrado no documentário – um Michael alegre, dançando, recuperado, em forma. Criaram um site - This Is Not It - onde afirmam que O Rei do Pop não estava nada bem, precisava de ajuda para subir escadas e para comer, era forçado a ensaiar, vivia sob o efeito de remédios prescritos de forma irresponsável e pesava 49 kg.
Concordo em parte com o que alegam. MJ realmente não estava bem. O que mais precisava era de pessoas que o amassem como ser humano e que não enxergassem os tais cifrões ao vê-lo. Necessitava que cuidassem de sua saúde, antes de cuidarem de sua carreira artística. Mas infelizmente não foi o que aconteceu. Para mim o documentário é válido, para ficarmos com a imagem daquele brilhante e único Michael menino, no local onde, pelo que parece, ele era mais feliz – nos palcos.
Espero que, pelo menos depois de sua morte, as pessoas respeitem sua imagem. E que ele seja lembrado como um incrível e inigualável artista – cantor, dançarino, compositor e produtor impecável. Um homem que marcou época e que merece eternamente ser aplaudido de pé.

5 comentários:

  1. Linda homenagem, Tati!
    Eu também não acredito naquelas acusações absurdas... Acho que ele sentia a necessidade de ser menino, de ter uma infância que ele nunca teve - brincar, conviver com outras crianças, ver o mundo com um olhar infantil - pois sempre foi cobrado, trabalhava desde pequeno, sofria humilhações do pai...
    Mas rei é sempre rei. MJ com certeza jamais será esquecido.
    Beijos, pixurica!

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  2. Falou bem, Jamila: "Acho que ele sentia a necessidade de ser menino, de ter uma infância que ele nunca teve - brincar, conviver com outras crianças, ver o mundo com um olhar infantil, .. "

    Beijos!

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  3. Desse tipo de alucinação até que não tenho ciúmes não...hehehe
    Nunca fui muito fã de acompanhar a carreira do Michael Jackson, mas confesso que naquilo que fazia era um gênio... indiscutível!!
    Pena ter sofrido tanto durante a vida... Fatos comprovados e outros não...
    Mas fica na lembrança a vitória na carreira de um grande ASTRO que partiu para uma vida melhor!!!

    Belo texto meu amor!!!

    Bjusss!!!

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  4. adorei o texto, tati! maravilhoso!
    bom, também sou suspeita pra falar porque admiro muito o michael jackson, tanto pelo trabalho quanto pela vida que levou.
    com certeza não existirá um rei substituto do pop, ele é único!

    beijão!
    (saudaaaade tua)

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  5. De fato querida...é mesmo uma pena que ele tenha voltado à mídia pela morte e não pelo real talento que ele tem!!

    Bonito teu texto! Salve, salve MJ :)

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